Francisco Martins Rodrigues
HÁ PRECISAMENTE dez anos, 160 delegados, jovens na sua maioria, proclamavam numa sala de Lisboa a fundação do PC(R). Apesar do 25 de Novembro, o entusiasmo era grande. Palpitava ainda o ímpeto dos grandes movimentos populares dos meses anteriores. Declarando-se orgulhosamente herdeiro das “tradições revolucionárias do velho PCP de Bento, Alex, Militão e Gregório”, o PC(R) propunha-se ganhar a direcção do movimento operário, criar em torno da UDP uma grande frente popular e avançar para a revolução.