Cartas a JM – 6

Francisco Martins Rodrigues

Carta a JM – 6

13/10/1988

Caro Z.:

Em resposta ao teu telefonema pedindo mais indicações para os contactos em Paris, mando junto fotocópia de um artigo de Março 1987, explicando a cisão que houve na “Voie Prolétarienne”. Segundo parece, os elementos que saíram eram praticistas, espontaneistas, opostos à elaboração teórica. Em minha opinião, pelo que tenho lido em alguns artigos do “Partisan”, a tendência geral deste grupo continua bastante influenciada pelo maoísmo e não sabem explicar a derrota da revolução cultural.

Falei aqui com o MV. Tanto para este contacto com a OCML Voie Prolétarienne como para os outros que vais fazer em Paris, podes apoiar-te bastante no MV, que os conhece. Em particular, ele conhece um camarada Charles Paveigne[i], deste grupo, que é quem está mais interessado em traduzir para francês artigos nossos. (É possível que seja este o camarada “Paul” para quem tens uma carta).

Quanto aos portugueses, V e C, o MV também conhece ambos e poderá pôr-te eiam contacto com eles. Atenção, o C tem uma nova morada, diferente da que te dei: (…)

 Era preciso arrancares ao C o compromisso para distribuir algumas P.O. entre a emigração de Paris. O MV também falou na possibilidade de entregar umas tantas P.O. (50, talvez) a uma empresa que faz em Paris e distribuição da “Bola”, etc., e também do “Albatroz”. Vê isso com ele, era muito importante, além das livrarias em que ele já coloca ou vai começar a colocar.

Atenção ! A P.O. nº 16 sai dentro de dias. Assim que as receber envio-te um pacote com 20 exemplares para o SIT, de modo a que os recebas antes de viajares para Paris. Fica atento ao correio. Tens que mandar, no fim da tua viagem, não só o teu “relatório” mas também as tuas opiniões e as dos outros camaradas sobre a nova fórmula da revista, críticas, sugestões, e uma “Carta da Suíça”, para o próximo nº. Posso contar?

Um abraço para ti e outro para a V

 

 

 

 

[i] Charles Paveigne, autor de La Dictature du prolétariat, seule transition au communisme. Catherine Armand, 1979 – 39 pp. (Nota de AB)

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