Francisco Martins Rodrigues
Carta a LC – 10
16/6/1997
Caro Camarada:
Dentro de dias receberás a P.O. 60, que sai com algum atraso. A seguir paramos para férias e recomeçaremos em Outubro (fecho da redacção em 20 de Setembro). Tenho recebido as tuas inúmeras notas, notícias e comentários, de que sempre procuro aproveitar alguma coisa. Se nem sempre isso acontece, não leves a mal: não tem a ver com discordâncias de fundo mas com o esforço para dar lugar às diversas colaborações que nos chegam e para tratar com equilíbrio os diversos temas da actualidade. Por acaso, neste número que sai agora, os comentários de actualidade nacional e internacional ficaram muito prejudicados porque houve vários artigos “teóricos” que ocuparam a maior parte da revista. Surgiram diferenças de opinião em tomo da questão do imperialismo, como deves ter visto, e tomou-se necessário dar espaço à polémica.
Ainda quanto aos teus artigos: o que se refere ao Kabila só cá chegou depois da revista estar fechada, embora viesse anunciado numa nota tua. Já não se pôde aproveitar, não sei se na próxima ainda terá actualidade.
1º de Maio — Participámos na manif da CGTP como é tradicional, com a nossa faixa e distribuímos o nosso manifesto (que vem reproduzido na P.O.). Em seguida reunimo-nos no habitual lanche de confraternização. Correu bem. Também fizemos um debate sobre o imperialismo, possivelmente continuaremos.
Negócios — Agradecemos a tua consulta de preços para cartões, etc., mas não é viável pelo seguinte: nós não temos tipografia, apenas fazemos composição e paginação de textos e gravuras para mandar imprimir fora. Deste modo, qualquer orçamento que te déssemos para pequenos trabalhos em que a nossa intervenção é mínima, como é o caso dos cartões, seria sempre caro demais. A nossa especialidade são os livros e revistas e quanto mais texto melhor. Eu devia ter-te dado logo de início este esclarecimento. Vai agora com as minhas desculpas.
Cá ficamos à espera das tuas notícias e colaborações. Um abraço.