Cartas a ABo

Francisco Martins Rodrigues

 

Carta a ABo (1)

8/4/1989

 Camarada,

Recebemos em devido tempo o vale de correio que fazia o pagamento das oito revistas por nós enviadas e que te agradecemos.

Esperamos saber a tua opinião sobre a PO nº 3 que certamente já leste e também sobre a PO nº 4, que sai esta semana e que receberás brevemente.

Quanto ao facto de as pessoas que contactaste acharem cara a revista, pensa­mos que isso deriva da situação que tu próprio apontas: não está feita a ruptu­ra com o oportunismo e por isso não se dá a necessária importância à leitura e ao debate de ideias. A revista não  pode ser vendida mais barata, porque mesmo a este preço não cobre as despesas e, comparada com outras publicações, até não é cara. O problema é outro: enquanto aqueles a quem interessa vendê-la não compreenderem a sua utilidade, teremos que insistir com persistência e pro­curar manter o nível da venda, para tornar possível a sua sobrevivência.

Tomámos a iniciativa de colocar a revista à consignação aí. Enviá­mos pelo correio 3 exemplares da PO nº e 3 para:

  • Livraria … (vendeu 2 do nº, do nº 3 não sabemos)
  • Livraria … (não tivemos resposta, não sabemos se venderam alguns exemplares)
  • Livraria … (devolveu, dizendo não estar interessado).

Gostaríamos de saber se estás disposto a assegurar pessoalmente a cobrança regular das revistas, mantendo nós o envio pelo correio. Caso tenhas disponibilidade, escrevemos para as livrarias, dizendo que tu serás a pessoa a quem de­vem entregar os pagamentos e as devoluções dos exemplares não vendidos. Depois farás 0 envio do dinheiro por vale postal, e as sobras serão recolhidas por nós quan­do aí formos.

Não tens um nº de telefone para onde possamos entrar em contacto contigo?

Se sim, indica as horas mais convenientes para te encontrar; possivelmente um de nós irá aí em breve, e nessa altura gostaríamos de marcar encontro con­tigo.

Aguardamos uma resposta tua, e entretanto enviamos-te as nossas saudações. 

Carta a ABo (2)

5/5/1989

Caro Camarada:

Respondemos à tua carta de 23 de Abril. Compreendemos perfeitamente as tuas reservas a assumir quaisquer compromissos políticos organizados, mas parece-nos haver um mal-entendido da tua parte, porquanto não era esse o objectivo da nossa car­ta anterior. Pedíamos-te sim que, dada a tua simpatia pela re­vista, nos ajudasses a assegurar a sua difusão aí, uras vez que não temos outros amigos nessa cidade. Nestas con­dições, a recolha e cobrança das revistas nas livrarias que indicámos torna-se difícil e morosa, como facilmente compreendes.

Embora não estejas disponível para essa tarefa, julgamos poder continuar a contar com a tua boa vontade. Lembramos que estamos sempre vivamente interessados em quaisquer cartas, informações, críticas, sugestões ou artigos que nos queiras enviar.

Esperando que a nossa revista te continue a agradar, aceita, caro camarada, as nossas saudações.

Carta a ABo (3)

(s. d.)

 Caro(a) Assinante:

Não recebemos até à data a ordem de renovação da sua assinatura. Acreditamos que isso se deva, não a desinteresse da sua parte, mas apenas a atraso. Tomámos por isso a liberdade de lhe expedir a P.O. como habitualmente.

Junto com esta carta segue um boletim de assinatura e um envelope com resposta paga. Poderá, assim, renovar a assinatura sem mais maçadas. O pagamento pode ser feito por cheque ou vale postal à ordem de:

Política Operária Apartado (…) Lisboa Codex

Esperando continuar a contar com o seu apoio, enviamos as nossas melhores saudações.

 

 ————–

[i] Na base desta carta, manuscrito: “Não estou interessado”, e assinado Abo.

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